Estressados, nervosos, irritados, impacientes, cheios de tiques nervosos, sofrendo de insônia… com as atribulações e os problemas da vida moderna, muitas vezes nos sentimos assim, não é mesmo? Tranqüilizantes, remédios para dormir e muitas outras drogas, muitas vezes passam a ser nossa válvula de escape... a não ser que o médico recomende aulas de yoga.
Isso porque encontramos dentro das práticas de yoga uma bateria completa de técnicas para o relaxamento. Mas, será que os sábios de milênios atrás sofriam dos males de uma vida frenética como a nossa - responsabilidades desproporcionadas, desafios enormes ou ansiavam por férias coletivas?
É evidente que não. Nessa época o yoga estava reservado para uma elite selecionada, escolhida.
É evidente que não. Nessa época o yoga estava reservado para uma elite selecionada, escolhida.
Esses adeptos praticavam um yoga integral muito mais intensivo daquele que praticamos hoje, séculos depois. Atualmente, deveríamos até falar de yogismo, como ciclismo ou malabarismo. O yoga veio se diluindo, prova disso são os nomes das posturas que de “inteiras” passaram a ser admitidas como clássicas, ou seja “metades” de postura. Por exemplo, a torção Matsyendrasana passou para Ardha-Matsyendrasa: “meia-postura do Matsyendra”.
Tensões embutidas no corpo, nervos tencionados não são características naturais. Isso é o resultado da nossa vida moderna trepidante, onde os ritmos são acelerados e desumanos. Os animais, como os seres humanos, sempre estavam em contato com o medo, mas a ansiedade crônica é produto de nossa época moderna.
Então, porque os yogis tiveram essa necessidade de 'inventar' técnicas de relaxamento?
Eles tinham uma meta muito distante da contemporânea: que o relaxamento total fosse muito além do relaxamento obtido no sono mais profundo, tornando-se a porta de entrada para estados de consciência modificados.
Eles tinham uma meta muito distante da contemporânea: que o relaxamento total fosse muito além do relaxamento obtido no sono mais profundo, tornando-se a porta de entrada para estados de consciência modificados.
Essa condição é imprescindível para o praticante de yoga. Sem essa capacidade de relaxamento profundo, só se pode transitar entre o estado “acordado” de vigília e o estado “cochilando” ou “adormecido”. Existe uma série de estados psíquicos “supraconscientes” para os quais ser capaz de relaxar é a condição predominante.
Sem falar que durante as posturas, o relaxamento mais completo da musculatura é uma condição obrigatória para conseguir uma prática correta. Posso também lembrar que o relaxamento é indispensável para a criatividade. Quando o corpo e a mente estão relaxados, a memória também está. Mas quando as tensões bloqueiam os caminhos da memória, esta fica estressa e 'tranca' as informações, assim que saímos de uma entrevista importantíssima, ela se apressa em liberar a informação que o estresse tinha bloqueado nas 'gavetas do fundo'.
No espírito do yoga, tudo começa pelo relaxamento.Infelizmente, na literatura tradicional do yoga, não se encontra o método. Está já pressuposto que o adepto saiba como fazer. O relaxamento pode ir do simples comando: “relaxe” para uma sessão completa de “yoga nidra” ou “yoga do sono consciente”.
Os principais métodos do ocidente têm uma base comum o relaxamento muscular. No yoga também, só que o que está visado por trás do relaxamento dos músculos é o relaxamento do sistema nervoso.
Os principais métodos do ocidente têm uma base comum o relaxamento muscular. No yoga também, só que o que está visado por trás do relaxamento dos músculos é o relaxamento do sistema nervoso.
Relaxar diretamente o cérebro como se faz no yoga é difícil sem passar pelo relaxamento muscular, que é o primeiro passo para os relaxamentos mais profundos que o yoga propõe.
Tônus muscular
Precisamos falar do tônus dos músculos, que são mais ou menos tensos ou tencionados, prontos para o movimento. Esse estado varia de uma leve contração, para um movimento simples, até uma contração vigorosa para levantar um peso grande, por exemplo. Assim que termina o movimento, o músculo volta para o estado de tônus – o stand by. Várias vezes por minuto passamos de um estado de contração leve a contração dura.
Do outro lado tem o estado de relaxamento voluntário. Contrair um músculo é natural e inato para cada um de nós. Mas pedir o relaxamento do músculo abaixo do limite do tônus – do stand-by – é uma ordem para a qual devemos comandar nosso corpo. Deixar o músculo molinho e pesado é a primeira etapa do relaxamento. Sentir a sensação de peso. Com treino isso leva alguns segundinhos. Para um principiante sem muito nervosismo isso pode levar menos de um minuto. Descontrair a musculatura abaixo do nível do tônus, espontaneamente, pode ser feito depois de ter contraído fortemente um músculo. Isso permite que o músculo recupere mais rapidamente.
O interessante para nós nessas práticas, é que o cérebro não precisa mais mandar ordens para manter a musculatura em tônus. Isso gera uma grande sensação de serenidade. O sistema nervoso está desativado do movimento muscular. Maior o número de músculos participando nesse processo, maior o relaxamento.
Vamos para uma amostra? Vamos experimentar?
Como relaxar os músculos
Deitado de costas, ou seja, com a barriga para cima, levamos nossa atenção para uma perna, levantamos uma perna ate 10 cm do solo, mantemos essa perna dura e elevada fora do chão por alguns segundos e deixamos essa perna cair no chão, pesada. Depois, sacudimos levemente e ligeiramente essa mesma perna.
Vamos perceber durante uns segundinhos as sensações provocadas pelo distencionar.
A seqüência é essa:
- perna direita
- perna esquerda
- glúteos a serem contraídos fortemente
- abdome: inspirar inflando o ventre, bloquear a respiração cinco segundinhos, e deixar o ar sair lentamente dos pulmões como um leve suspiro.
- tórax: inspirar afastando suavemente as costelas, bloquear a respiração cinco segundos, suspirar levemente.
- braços direito e esquerdo: mesmo processo que para as pernas.
- nuca e pescoço: contrair todos os músculos e descontrair deixando a cabeça pesar.
- rosto: apertar os dentes, os olhos, bochechas, lábios, e relaxar rapidamente de uma vez.
Depois, sem se mexer, percorrer o corpo todo pela atenção, na mesma ordem... Lembre SEM MOVIMENTO NENHUM.
Deitado de costas, ou seja, com a barriga para cima, levamos nossa atenção para uma perna, levantamos uma perna ate 10 cm do solo, mantemos essa perna dura e elevada fora do chão por alguns segundos e deixamos essa perna cair no chão, pesada. Depois, sacudimos levemente e ligeiramente essa mesma perna.
Vamos perceber durante uns segundinhos as sensações provocadas pelo distencionar.
A seqüência é essa:
- perna direita
- perna esquerda
- glúteos a serem contraídos fortemente
- abdome: inspirar inflando o ventre, bloquear a respiração cinco segundinhos, e deixar o ar sair lentamente dos pulmões como um leve suspiro.
- tórax: inspirar afastando suavemente as costelas, bloquear a respiração cinco segundos, suspirar levemente.
- braços direito e esquerdo: mesmo processo que para as pernas.
- nuca e pescoço: contrair todos os músculos e descontrair deixando a cabeça pesar.
- rosto: apertar os dentes, os olhos, bochechas, lábios, e relaxar rapidamente de uma vez.
Depois, sem se mexer, percorrer o corpo todo pela atenção, na mesma ordem... Lembre SEM MOVIMENTO NENHUM.
Verifique que as tensões não voltaram.
O que resta a fazer? Observar o corpo respirando, sem modificar a respiração, que provavelmente será superficial porem regular e ritmada.
O que resta a fazer? Observar o corpo respirando, sem modificar a respiração, que provavelmente será superficial porem regular e ritmada.
Esse método de relaxamento é apropriado para principiantes por não ser analítico, deixando o intelecto de lado e por usar a descontração que vem depois do aumento do tônus. Essa técnica permite um bom relaxamento debaixo do tônus habitual.
Pode também ser praticada por quem não tem tempo de praticar um relaxamento mais longo.
Essa primeira fase durante a qual o yoga “desconecta” no seu cérebro os centros motores que comandam tudo ou parte e essencial para nossa saúde física e psíquica.
Demorou muito? 5 a 10 minutos.
Pode usar esses minutos antes de dormir. Não tem desculpa nenhuma para não se fazer esse bem. Quem não tem 5 a 10 minutos para relaxar o sistema nervoso?
Essa primeira fase durante a qual o yoga “desconecta” no seu cérebro os centros motores que comandam tudo ou parte e essencial para nossa saúde física e psíquica.
Demorou muito? 5 a 10 minutos.
Pode usar esses minutos antes de dormir. Não tem desculpa nenhuma para não se fazer esse bem. Quem não tem 5 a 10 minutos para relaxar o sistema nervoso?
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