Sim, conquistamos muitas coisas em nossas vidas: o direito ao voto, ao trabalho, à liberdade sexual, porém, existem três letrinhas que ainda nos derrubam: TPM!
Um estudo feito pela Unicamp e pelo Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp) diz que oito em cada dez brasileiras em idade reprodutiva sofrem desse mal. E acaba sobrando para quem está por perto e é obrigado a conviver conosco nessa fase em que tudo parece um drama sem fim. E se o ambiente for o de trabalho, então... Melhor redobrar os cuidados.
Conversamos com a psicóloga Raquel Push, do Hospital Vita Curitiba, que dá algumas dicas práticas de como lidar com essa ‘crise’.
Primeiro reconheça os sintomas
A TPM, abreviação de Tensão Pré-Menstrual, ou ainda Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), surge entre uma a duas semanas antes da menstruação e desaparece no fim do fluxo menstrual. As mulheres tendem a apresentar alterações de humor, irritabilidade, choro fácil, dores de cabeça, insônia, dificuldades de concentração, inchaço, constipação (prisão de ventre), entre outros sintomas.
Encare o problema de frente
É bem verdade que nesse período ficamos com o pavio muito curto, mas o que desencadeia as crises são problemas que já estavam ali, nos incomodando muito antes. É preciso encará-los de frente, o mês inteiro, para não explodir à menor oscilação durante os dias de TPM. Está precisando perder peso? Tome uma atitude antes que o inchaço e a irritabilidade ‘daqueles dias’ te incomodem. Algo não está bem no trabalho? Aproveite pra conversar sobre o que incomoda logo que o problema aparece. Não fique acumulando pólvora... “Nada justifica qualquer grosseria com os colegas, nem mesmo a TPM. Projetar a própria dificuldade em lidar consigo mesmo é um exemplo de egoísmo, e não de sabedoria”, diz a psicóloga.
Quando procurar ajuda
Se nesses dias é realmente difícil lidar com outras pessoas, vale conversar com a chefia para trabalhar em casa e procurar ajuda médica e/ou psicológica.
“Infelizmente, a TPM se tornou uma ‘desculpa’ socialmente aceita”, lamenta Rachel. É importante ter em mente que se os sintomas se prolongam por muito tempo, inclusive após a menstruação, o problema pode ser outro. A psicóloga explica que, nesse caso, geralmente ocorre uma comorbidade, ou seja: outra enfermidade associada, como transtorno psiquiátrico, depressão, distimia, ansiedade, transtorno do pânico, transtorno bipolar, entre outras. É importantíssimo investigar a origem e a frequência dos sintomas para um controle eficaz.
Como amenizar o quadro
Existem alguns recursos para se lidar com a situação:
• Faça um ajuste na sua dieta alimentar. Aumente a quantidade de proteínas e reduza a ingestão de açúcar, sal, café e álcool.
• Exercícios físicos, quando realizados regularmente, evitam o estresse, o que colabora com a diminuição dos sintomas.
• O uso de suplementos, tais como vitamina B6, cálcio e magnésio, também ajuda, mas deve ser prescrito pelo médico.
• Seu médico também pode prescrever contraceptivos orais e antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina
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