Clinica Renata Fontany
A carboxiterapia é um método não cirúrgico, simples e comprovado de tratamento em Medicina Estética exclusivamente realizado por médico, apresentando bons resultados para estrias, flacidez cutânea, cicatrizes, “celulite” entre outros, através do aumento da perfusão sanguínea e do metabolismo local.
O procedimento consiste na administração terapêutica, via administração subcutânea, através de injeção hipodérmica de gás carbônico (CO2 - dióxido de carbono). Um gás atóxico, não embólico e presente normalmente como intermediário do nosso metabolismo celular.
Essa aplicação se dá diretamente nas áreas afetadas, através do aumento da perfusão sanguínea e do metabolismo local, onde a partir do ponto de injeção o dióxido de carbono se difunde rapidamente para as áreas adjacentes.
A carboxiterapia, indicada para homens e mulheres, é um procedimento ambulatorial, minimamente invasivo e um tratamento rápido, confortável, efetivo, prático e seguro.
CONCEITOS BÁSICOS
O gás atóxico (CO2) é injetado diretamente no subcutâneo com pressão controlada.
O gás CO2 é produzido naturalmente pelas células do nosso organismo, sendo um produto do nosso metabolismo celular. Ele é totalmente inócuo para o nosso organismo, pois, é produzido pela nossa expiração, quando inspiramos oxigênio (O2) e liberamos CO2 na atmosfera. É transportado pelo sangue e exalado pelos pulmões.
O gás CO2 tem grande afinidade pela hemoglobina, que é quem carrega o oxigênio no sangue. Ao se difundir pelo tecido gorduroso, o gás CO2 promove uma vasodilatação melhorando a circulação e ao mesmo tempopromove a lipólise (quebra da gordura). A atuação contra a flacidez e “celulite” se dá no estímulo à produção do colágeno.
A ação farmacológica do CO2 injetado envolve vasodilatação local com os conseqüentes aumentos: do fluxo sanguíneo vascular e da pressão parcial de oxigênio (PpO2) O aumento da PpO2 é resultante da potencialização do efeito Bohr, ou seja, há redução da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, acarretando uma maior quantidade de O2 que estava retido pela hemoglobina para ficar disponível para o tecido a ser tratado.
Aparência histológica da derme antes do tratamento de carboxiterapia (BRANDI et al., 2001). | Aparência histológica da derme após do tratamento de carboxiterapia, onde observa-se a derme mais espessa e o rearranjo de fibras de colágeno.(BRANDIet al., 2001). |
Estudos sobre carboxiterapia realizados no departamento de cirurgia plástica da universidade de Siena na Itália (BRANDI et. al., 2001) demonstraram a ação da terapêutica do CO2 sobre a microcirculação vascular administrado pela via subcutânea, onde foi evidenciado vasodilatação através da videocapilaroscopia (Laser Doppler).
MECANISMO
O gás CO2 funciona de duas maneiras complementares:
(a) o gás CO2 simplesmente destrói mecanicamente a célula de gordura.(b) o gás CO2 possui um grande efeito vasodilatador nos capilares locais.
Uma maior circulação sanguínea significa maior fluxo de oxigênio.
Um tecido mais bem oxigenado queima mais gordura, cicatriza melhor, produz mais colágeno.
O aumento do oxigênio é importante, pois elimina a formação de fluidos entre as células. O resultado é um menor número de células gordurosas e um subcutâneo mais firme. Portanto, utilização deste gás promove o aumento do fluxo dos vasos sanguíneos, com conseqüente aumento do metabolismo e vascularização da área a ser tratada.
Ao ser injetado, o CO2 substitui o oxigênio (O2), que é liberado para oxigenar as células e reduzir a inflamação local. O efeito vasodilatador controla o processo inflamatório que dá origem à “celulite”, e a atuação contra a flacidez se dá no estímulo à produção de colágeno.
Quando aplicado em camada mais superficial estimula a síntese de elastina e de colágeno, contribuindo para a retração da pele que passará a ter melhor qualidade estética. A distensão da pele provocada pelo gás durante a aplicação leva a uma retração do tecido distendido e conseqüente melhora da flacidez.
As figuras abaixo (BRANDI et al., 2001) ilustram os mecanismos de ação do CO2 antes após o tratamento de carboxiterapia.
METODOLOGIA
O procedimento é realizado utilizando-se um aparelho especialmente desenvolvido para a técnica de carboxiterapia.
A vazão injetada e o volume total injetado durante a sessão de tratamento são as principais variáveis controladas na aplicação.
O CO2 sai do aparelho de maneira controlada através de uma tubulação flexível (mangote) de pequeno diâmetro, que é dotada na outra extremidade de um filtro descartável antibiológico e de uma agulha muito fina como a de insulina (que causa pouco desconforto).
Ao ser injetado o CO2 difunde-se facilmente nos tecidos adjacentes.
OBSERVAÇÕES DURANTE E APÓS A APLICAÇÃO
- Alguns pacientes relatam a sensação de dor na área que está sendo tratada com a duração de poucos segundos.
- É comum um ardor na hora da aplicação e uma leve coceira logo após.
- O tecido fica pouco distendido por aproximadamente 15 minutos, voltando depois ao seu normal.
- Em conseqüência do aumento da circulação sanguínea local, a área próxima ao local de aplicação pode ficar aquecida e vermelha, tendo os pacientes uma sensação de aumento da temperatura local durante 10 a 20 minutos.
- Alguns pacientes podem sofrer uma sensação de formigamento perto do local de aplicação, desaparecendo dentro de segundos.
- Durante a aplicação pode haver apenas um leve incômodo (como queimação) e inchaço, que dura somente até o gás ser absorvido pelo organismo.
QUANTIDADE E DURAÇÃO DAS SESSÕES
A quantidade e freqüência das sessões variam conforme o tipo e local do tratamento, em geral, entre 10 e 15 sessões são necessárias para apresentar um resultado bem satisfatório dependendo do grau e extensão do que está sendo tratado.
As seções devem ser realizadas de 2 a 3 vezes por semana.
Cada sessão dura de 10 a 20 minutos.
Os efeitos são vistos após algumas semanas, quando ocorre a maior produção do colágeno, retração e queima da gordura.
INDICAÇÕES
A carboxiterapia é um tratamento indicado para os seguintes casos:
- Estrias;
- Flacidez;
- "Celulite";
- Gordura localizada;
- Olheiras e rugas finas ao redor dos olhos e boca;
- "Papada" de pescoço (gordura);
- Rejuvenescimento facial;
- Tratamento complementar à lipoaspiração;
- Pós-operatório de cirurgias plásticas;
- Calvície (associado a mesoterapia).
Patricio Conde
RESULTADOS
Muitas vezes associada a outros métodos, apresenta excelente resultados.
Duração dos resultados depende completamente do comprometimento e colaboração dos pacientes. Se os pacientes escolherem seguir uma dieta saudável complementada por exercício regular, a “celulite” pode se afastar durante anos. Caso se sucumbiram as tentações culinárias e não pratiquem uma atividade física regular a “celulite” retornará muito mais rapidamente.
Cuidados, efeitos colaterais e reações adversas
- O gás carbônico é o produto natural do metabolismo após o uso de oxigênio, sendo produzido no organismo diariamente em grandes quantidades e, portanto, não apresenta alergia ou toxicidade, se usado na quantidade habitual.
- O tratamento é seguro, injetado com agulhas minúsculas, que não trazem desconforto ao paciente e não atrapalha a rotina diária.
- Possíveis efeitos colaterais limitam-se a dor durante o tratamento, pequenos hematomas decorrentes da punção da minúscula agulha e a sensação de crepitação no local, resultante do pequeno enfisema subcutâneo formado e que desaparece em média em até 30 minutos.
- Não há importantes contra-indicações, por ser um gás atóxico, não-embólico, que já está normalmente presente no organismo e que é amplamente aplicado na medicina e isento de efeitos sistêmicos nas doses empregadas.
- A técnica seria contra-indicada apenas para quem tem coagulopatias.
- Não há nenhuma restrição à atividade após o tratamento nem ao sol. No entanto se ficarem pequenos hematomas na pele, evitar tomar sol de 7 a 10 dias.
REFERÊNCIAS
SITE: www.carbossiterapia.it
BRANDI C. et al., 1999. "Il trattamento chirurgico delle localizzazioni addominali della lipomatosi multlipa simmetrica (LSM) integrato dalla carbossiterapia"; Unità Operativa di Chirurgia Plastica e Ricostruttiva, Università degli Studi di Siena Delegacia; 48° Congresso Nazionale della Società di Chirurgia Plastica ed Estetica, Gubbio, 25-30 settembre.
BRANDI C., D'ANIELLO C., GRIMALDI L., BOSI B., DEI I., LATTARULO P., ALESSANDRINI C., 2001, “Carbon dioxide therapy in the treatment of localized adiposities: clinical study and histopathological correlations”, Aesthetic Plast Surg., May-Jun;25(3):170-4.
PMID: 11426306 [PubMed - indexed for MEDLINE]
PMID: 11426306 [PubMed - indexed for MEDLINE]
BRANDI C., GRIMALDI L., BOSI B., DEI I., MALATESTA F., CAIAZZO E., 2002, “Unit of Plastic Surgery-University Study of Siena. The Role of Carbondioxide Therapy as a Complement of Liposuction”, The XVI Congresss of ISAPS may 26-29, Istanbul
D'ANIELLO C., BRANDI C.,.LATTARULO P., BOSI, L. GRIMALDI, 1999, Rivista italiana di chirurgia Plastica "Il ruolo della Carbossiterapia nella strategia terapeutica della LMS"
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