quinta-feira, 30 de junho de 2011

Síndrome metabólica aumenta chances de outras doenças sérias

Obesidade, colesterol alto e hipertensão são sintomas da doença

Alguns fatores podem ser facilitadores da síndrome metabólica, como a dieta desequilibrada aliada a um estilo de vida sedentário
Na pessoa com resistência insulínica, o organismo secreta quantidades maiores de insulina, buscando "corrigir" esta ação desequilibrada, porém, algumas vezes esse mecanismo não é eficiente, podendo apresentar-se como um estado de pré-diabetes, e, até o diabetes, levado pela concentração aumentada tanto da insulina quanto da glicose no sangue. 

Ainda não se esclareceram todas as causas do desenvolvimento desta síndrome, mas alguns fatores podem ser facilitadores como a dieta desequilibrada aliada a um estilo de vida sedentário. Já é sabido que uma dieta irregular e a falta de atividade física propiciam o aumento do colesterol, com risco de depositar-se em vasos sanguíneos causando a aterosclerose. E, na crescente obstrução dos vasos pode haver aumento ou agravamento da hipertensão. Por outro lado, estudos mostram que a obesidade leva a um aumento dos triglicérides, progressão para o diabetes e, potencialmente, aumento da aterosclerose, mantendo os componentes desta síndrome sempre em um ciclo que mantém a doença. 
O que ela pode causar?
A importância da Síndrome Metabólica se deu pela constatação de sua relação com doença cardiovascular. Quando presente, a Síndrome Metabólica associa-se a uma mortalidade geral duas vezes maior que na população normal e aumenta em três vezes a mortalidade por causas cardiovasculares. 

Dos critérios diagnósticos desta doença, os dois mais aceitos são os da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os do National Cholesterol Education Program (NCEP) - americano. O Brasil dispõe do Consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica, documento referenciado por entidades médicas, conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. De acordo com os critérios brasileiros, a Síndrome Metabólica ocorre quando presentes ao menos três dos cinco critérios abaixo: 

- Obesidade central - circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem; 
- Hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica > 130 e/ou pressão arterial diatólica > 85 mmHg; 
- Glicemia em jejum alterada (> 110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes; 
- Triglicerídeos >150 mg/dl; 
- HDL colesterol < 40 mg/dl em homens e < 50 mg/dl em mulheres 
Tratamento
O tratamento mais eficaz para a síndrome metabólica e suas possíveis complicações associadas é a mudança nos hábitos de vida, especialmente uma alimentação adequada e prática de exercício físico regular com perda do excesso de peso, além do abandono daqueles fatores que podem ser agravantes, como por exemplo, o tabagismo. Como todos os fatores de risco encontram-se interligados, a melhoria de um dos aspectos da síndrome leva a uma melhoria global de todo o quadro clínico. Em alguns casos, no entanto, a medicação se faz fundamental e deve sempre ser prescrita pelo médico. O tratamento farmacológico pode ser necessário para controlar a hipertensão e os níveis de colesterol, glicemia, mas não dispensa a preocupação e o comprometimento em seguir uma vida saudável. 
Muitas pessoas procuram seus médicos por queixas específicas e únicas como: obesidade, hipertensão arterial, hiperglicemia (níveis elevados de açúcar no sangue), aumento dos níveis de triglicérides (um dos tipos de gordura), diminuição dos níveis de colesterol "bom" HDL ou aumento dos níveis de ácido úrico no sangue, mas poucas são informadas que estes sinais laboratoriais podem estar todos relacionados a uma mesma doença conhecida como Síndrome Metabólica. 

Desde a década e 80, principalmente através de pesquisas do Dr. Reaven, observava-se que doenças frequentes como hipertensão, alterações na glicose e no colesterol estavam associadas à obesidade. Adicionalmente, todas estas condições tinham um ponto em comum: a resistência insulínica. A insulina é fundamental não só para o controle das taxas de glicose no sangue, mas atua no fígado, tecido gorduroso, rins e vasos sanguíneos. Na resistência insulínica, o indivíduo produz o hormônio pancreático insulina, mas esta quantidade - mesmo que adequada - não age completamente, e, conseqüentemente, atrapalha o transporte da glicose do sangue para o interior das células, a fim de que seja usada como fonte de energia. 

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